
A Salvador que acolhe turistas de todo o mundo, que convive pacificamente com todas as crenças e ritmos musicais se desentende quando o assunto é futebol. Na capital baiana não é raro ver um torcedor do Vitória tripudiando sobre o rival do Bahia ou vice-versa. E nesta quarta-feira, às 21h50, quando o Rubro-negro estiver decidindo a final da Copa do Brasil com o Santos, esta rivalidade estará ainda mais acirrada.
Donos de duas estrelas estrategicamente colocadas acima do escudo – a do título do Brasileiro de 1988 e da Taça Brasil de 1959 – , os tricolores estão usando dos tradicionais artifícios baianos para evitar que o Vitória brilhe na competição nacional.
- A pipoca na camisa do Santos é uma oferenda, um pedido para Obaluaê (Orixá das danças e da cura) para ajudar o time. É rezar e pedir para que os anjos da guarda guiem a equipe. O Santos tem a benção dos torcedores do Bahia – explicou a filha de santo Jussara, torcedora do Bahia.
Derrotado no primeiro confronto por 2 a 0, na Vila Belmiro, o Vitória precisa fazer três gols e não levar nenhum para ficar com a taça inédita. Uma vitória dos rubro-negros por 2 a 0 leva a decisão para os pênaltis – e aumenta a agonia dois dos torcedores baianos, além dos santistas.
No Mercado Modelo, tradicional ponto turístico de Salvador, o assunto domina as rodinhas. Enquanto os torcedores do Vitória esbanjam otimismo em uma virada e apostam na força do Barradão – este ano, o time só perdeu para o Bahia e o Botafogo jogando em casa – os tricolores, que disputam a Série B do Brasileiro, tratam de alfinetar.
- Torcer contra o Vitória é a única coisa que nos resta. Nesse jogo eu sou santista desde criancinha. Tudo para não vê-los com uma estrela na camisa – bradou o comerciante Dilson Alves da Silva.
Em outro ponto do mercado, um rubro-negro se manifesta. Diz que o Vitória tem chances de acabar com a banca dos “Meninos da Vila” e se levantar uma taça nacional no Barradão pela primeira vez – o time já foi vice do Brasileiro em 1993.
- Esse Neymar provou que é pipoqueiro! Perdeu um pênalti daquele jeito e deixou o jogo daqui fácil para o Vitória – cutucou Arinelson Duarte, lembrando da cavadinha do atacante santista que foi parar nas mãos de Lee.
Embora levem a rivalidade à sério, os baianos torcem por uma decisão pacífica. Tanto que no Mercado Modelo as tendas oferecem patuás e guias alvinegras e rubro-negras para proteger atletas e torcedores. E muito “axé”
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